quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Se apenas te passo os olhos... (Serpente)

Apenas te passo os olhos e vejo como é bom respirar por alguns segundos.
Escutar a tua voz é tremer no frio de um verão ensolarado é temer estar exposta a tua proposta.
Falo tanto que quase nunca chego a me calar só se for pra te escutar e me fazer gelar de tamanha insolação.
Se de ti só sei teu nome e tuas doidices estabanadas, tuas loucuras regadas de todo tipo de alucinação, teus sorrisos prazerosos do mais puro pecado, teu risco e todo teu excesso de nada, não posso eu, não poderia eu, estar apaixonada, seria melhor está aprisionada?
Mas se apenas te passo os olhos e me sinto passear no Éden, respirar o ar de adão, ter apenas uma Eva no coração, como posso...
Poderia eu negar que estou apaixonada? Tenho apenas o argumento de estar constantemente alucinada.
Perco mais uma vez todo ar que sentira, já é quase constante entre a gente, mas pra mim te ver será sempre um “de repente”. Foi-se embora tua imagem e junto levou toda a maquiagem... E agora onde estará meu Éden? Meu ar do paraíso? Foi-se embora tua imagem, de volta o meu juízo... Mas que me importa isso se não me sinto nada resplandecente? Que se dane meu juízo! Se quando passo os olhos em ti faz-me rir e chorar... Traz-me de volta todo teu (meu) ar, volta que eu preciso te respirar! Nem que seja mais uma vez... Não te peço nada indecente, apenas chega, não mais que de repente, pra que eu possa te sentir de volta, minha serpente.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sentir Falta

Sentir falta é não mais ter e querer,
É sentir a presença a todo momento, mas não se vê.
Perceber o "brisar" do ar, mas não conseguir o respirar,
É ver a estrela no céu que há tempos já morreu, mas continua a brilhar.
Ter a presença como uma lembrança de uma alma já vivida,
Ter a pele sarada, mas sentir em carne viva a ferida.
Sentir falta é por um ponto final num texto que requer reticências...
Sentir muita falta nada mais é do que sentir demais a presença.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Mais que perfeito.

Talvez tudo que eu queira descrever
Sejam as belezas que existam no teu ser
As belezas que só eu consigo ver.
Comparo a um tipo de escritura
Parecida com a pintura
Transformo-te em gravura
E “te escrevo” passo a passo,
Reúno teus traços em cada verso que faço.
Mas esses traços são como maquiagem,
É a perfeita ilusão que faço da tua imagem,
Ilusão real do mais que perfeito.
Minha imperfeição está em amar desse jeito.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Não é por nada não.

Porque você me olha assim?
Com esses olhos de atravessar parede!
Olhos de quem não ver um palmo a frente...
Porque, porque me olhas assim?
Como quem só diz bom dia,
Como quem vai sempre virar a esquina...
E eu me pego sempre ali displicentemente...
Querendo ser a parede à frente,
Ser a esquina,
Um por do sol pro seu bom dia.
Ser qualquer coisa, qualquer lugar aonde você vá,
Só pra poder te ver, te encontrar...
E você me perguntar por que eu te olho sempre assim
Com esse olhar de quem vê a lua cheia tocando o oceano,
E eu te responder, não é por nada não só porque te amo.