sexta-feira, 25 de julho de 2008
Pedacinho de despedida
Estou aqui para me despedir,
Dês- pedir meu eu de você.
Dês-peço tudo que um dia já te pedi.
Dês-peço, pois preciso com pressa me despedir.
E é de você, só de você que vou me lembrar
Assim como me lembro agora...
Mas eu quero me lembrar apenas por um minuto...
Eu quero sim me lembrar, só me despeço desse "toda hora".
Tento me desfazer desse meu eterno pensar...
Desse meu nunca esquecer.
Despeço-me sim quero te destroçar dentro de mim,
Quero-te apenas um pedacinho,
Apenas a cutícula de um dedinho da minha mão,
Te levar assim desse tamanhinho
Pra somente nesse minutinho arranhar meu coração.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Febre
Febre, fere, ferve meus sentimentos!
Foragir a dor é constrangedor,
Emergir a alegria é pura ironia!
Submergir é quase inevitável
Me sentir um ser deplorável
Por viver esse amor irremediável!
É a ferida que sangra quando parecia está estancada
É o ciúme que aparece quando não devíamos sentir nada.
sábado, 19 de julho de 2008
Platônico
Mas é que não há certo ou errado nesse jogo.
Jogo este que eu sabia que não devia ter jogado
Um jogo onde apostei todas as minhas peças
Toda a minha fortuna, minha alma.
Jogo que não era uma brincadeira, mas era doce de se jogar.
Não que eu não queira desistir, simplesmente eu não posso!
Desistir desse jogo seria como voltar no tempo,
Seria como viver ignorando ou negando a existência da gravidade
Uma hora fatalmente a maçã cairia sobre meus pés.
Então não é que eu esteja errada ou certa
Nem muito menos é um jogo onde eu insisto em te vencer
Não, não é que eu não queira desistir de você
Independente disso você existiria dentro de mim.
Oração
Eu não iria pedir por teu beijo.
Se me fizesse um grande favor
Eu não iria pedir por milagre teu amor.
Eu pediria para um anjo me tornar
Pra mais de perto poder te olhar
E de todos os males te proteger.
Pra quando você fosse deitar te acompanhar
Ficar do teu lado ouvindo você rezar
E ficar bem satisfeito por saber que quando fazes uma oração
É porque estás a me chamar de coração.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Quadro do Tempo
Alegria na vida, tudo que se precisa.
Abraços sinceros, beijos de amor, afeto verdadeiro.
O carinho da família, a confiança a partilha.
Amigos, poucos ou muitos, sinceros apenas e acolhedores sempre!
Queria querida que tudo fosse assim, e eu ainda tivesse meus sonhos da infância!
Foram quebrados, como os jarros e as janelas que quebrei jogando bola!
Meus sonhos estão jogados pelo chão... São cacos de vidro.
São todos pó de jarro, esfarelados pelo sarro que a vida me tira!
Tanto caco, tanto pó esfarelado e me assombro por nem me lembrar do que se tratava,
Por muitas vezes esqueço até quais os sonhos e o que me guiava...
Me encontro parada de fronte a janela de tantos vidros e cacos no chão.
A calçada ainda está ali com os farelos do jarro e até poucos cacos,
Talvez na esperança de ainda serem colados...
E eu ali, observando tudo como se ainda houvesse movimento,
Vendo toda a minha vida naquele Quadro do tempo.
E num estalo de esperança ou puro desespero
Vejo que nem tudo na vida é sorte ou revés,
Percebo que a bola sempre esteve nos meus pés...
A bola, ela sim, nunca esteve furada,
Então que se dane qualquer caco ou farelo que ainda esteja na calçada!
Danem-se também os Quadros do tempo, pois ainda há tempo para novas jogadas.
terça-feira, 15 de julho de 2008
A minha música
Estive pensando...
Nos momentos em que escuto músicas
Já repeti isso varias vezes...
Em algumas eu digo ah essa é a minha!
Digo feliz e pra quem quiser saber
Ouço várias vezes e digo até pra você...
Tantas vezes não escutastes ou até mesmo lês-te a letra indiferente...
Leio também todas as tuas músicas e sei todos os remetentes...
São manias suas que eu de um jeito ou de outro venho a saber,
De um jeito ou de outro to ali lendo... Te lendo, não me entendendo...
E continuo pensando...
Como seria nos dois num tempo que não houvesse música?
De que maneira eu te leria? Como me atiraria na sua melodia?
Alguma maneira eu haveria de achar pra te decorar... Nota por nota...
Acharia teu tom não me importa se ele é mal ou bom.
Entenderia tuas notas mesmo que tudo parecesse idiota.
Seria o louco internado num hospício tocando um violão sem cordas.
Didática Passional
Eu devia pensar na minha vida passional como penso nas minhas poesias...
Quando escrevo gosto de fazer ouvindo musica, descontraída.
Escrever com minhas melhores palavras,
Saber como dizer mesmo que não saiba realmente o que.
E principalmente nunca, nunca mesmo escrever uma nova lendo uma já escrita,
É como querer entrar numa nova paixão pensando numa antiga...
Nunca da certo, da confusão dentro e fora, tudo oscila.
E tudo que você fizer vai acabar saindo sempre igual...
Mesma conclusão, mesmo final só vai mudar algumas palavras...
Assim como, adeus! Foi legal! Até um dia! Boas amigas...
E tudo isso porque você ainda insiste em reler à antiga.
Silêncio
Há sempre noites que me batem um vazio
Falta algo dentro de mim
Algo muito grande, muito importante.
E eu não sei o que...
Não sei o que pensar o que dizer
E o silêncio, ele também não me basta...
Ele também não me cala.
Outras noites me sinto pouca, pequena pra tanta coisa
Sou nada do tamanho do que sinto.
E nesse momento todas as vozes gritam,
Gritam e sussurram entre o moral e o absurdo...
Mas mesmo assim eu sei que há um consenso
Rompe-se a barreira do perceptível tornando ao silencio.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Explicações e justificativas
Não eu não poderia não há explicações, justificativas.
Gostaria mesmo que houvesse que tudo houvesse explicação clara,
Ou que não clara, ao menos obscura, nem que seja pra satisfazer minha loucura.
Os loucos é que querem ver razão em tudo, esses sim são loucos!
Eu sou, e sei que sempre serei assim, vivo procurando, caçando respostas.
Quem não quer saber os porquês apenas vive, vive simplesmente!
Parece loucura, mas esses sim é que são felizes!
Felizes na sua loucura de não querer razão que justifique sua direção...
Felizes por achar que os porquês não alteram em nada o que vai ou o que foi.
E eu por querer saber tudo e todos os porquês, de quem sou e como vivo e tudo sobre aquilo ou isso, ainda tenho a petulância de querer saber por que não posso também ser tão feliz.
Tempo ao tempo
Amores que nunca vivi
Poemas que já escrevi
Alternativas que tenho que escolher
Dias que tento sobreviver.
Noites que tento dormir
Manhãs que tento acordar... Pra vida
Querendo adormecer velhas feridas.
Tempo ao tempo pra felizmente viver
Todo tempo do mundo tentando te esquecer.
terça-feira, 8 de julho de 2008
Parto
Cada dor forte que me faz sentir dentro do peito
Faz-me, sem querer talvez, mas faz muito bem feito.
É um serviço completo, parece-me que tens uma grande formação,
Tens mestrado e doutorado sabe muito bem como deixar dilacerado um coração.
Cada dor forte que me fazer sentir o peito tão alado
Faz-me assim do nada, de repente fico desorientado.
Quando noto já estou aqui, quieto, carente e me sentindo um condenado.
É forte demais sentir esse teu veneno...
Fico perturbado, escrevendo
Essa dor, essa agonia
Como uma dor do parto só que mais pra cima da barriga
E assim dou a luz a mais uma Poesia.
Sentimento (Sentir)
Se eu pudesse e soubesse descrever o que sinto
Nem mesmo assim o faria.
Se eu pudesse não sentir o que sinto
Tivesse essa opção, nem mesmo assim omitiria meu coração.
Coração não tem opção sente sem escolher o que...
Quem o tem não o tem, nunca o tem.
Quem não o tem o detém. Quem não o tem?
Às vezes o que se sente por dentro
Dói mais do que carne viva ao vento
E se pudéssemos por um minuto apenas deixar de sentir...
Por um minuto deixaríamos de existir.
Às vezes o que se sente é tão resplandecente
Que se quer sentir para todo o sempre
Aquilo que por minuto se sentiu.
Mas é impossível sentir o mesmo para sempre
O que podemos é lembrar aquele momento eternamente.
Pois é impossível senti-lo igual, o MESMO não é eterno...
O que se sente muda toda hora, se transforma,
Cresce ou diminui, nasce ou morre e nos evolui.
O que não morre é o sentimento em si
Aquele que nem no meu mais longo raciocínio descrevi.domingo, 6 de julho de 2008
De Lírio
É Perfume de coisa nenhuma
É o sabor do desconhecido.
Coisa nenhuma que eu senti
Coisa alguma se compara.
Do meio do jardim de todas as flores
Teu cheiro é o perfume que me agrada.
No suave tocar de tantos tatos
Só teu espinho me tem espetado.
Não posso evitar comparar-te mesmo que não sejas
Há tais belezas e tais perfumes mesmo que não sejas de veras...
E eu sei que não és tão rosa ou tão flor, tanto cheiro ou tanta cor...
Mas tens o espinho incolor que fere a alma e faz-me sentir em carne viva aquela dor
Possuis o sumo do veneno do delírio és de fato o Lírio que me faz sentir mais amor.
sábado, 5 de julho de 2008
Ontem foi dilúvio
Ontem foi dilúvio
E tudo lá fora umedeceu.
A cidade se agitou
Tudo lá fora naufragou
Muita gente se afogou
Tanta coisa se achou
Tanta coisa se perdeu.
Ontem lá fora foi dilúvio
Gotas que batem na telha
Idéias na minha cabeça.
Lá fora tudo escureceu.
Água sobe e desce
E o dilúvio na cidade cresce.
Lá fora toda catástrofe aconteceu
Aqui dentro tudo igual
Sempre foi temporal.
Cortinas
Queria ter realmente as chaves da minha vida
Não adianta nada só saber o que me guia
Saber não muda o que sinto e o que eu não queria sentir
Porque são as mesmas coisas...
Eu sei que no fundo e não é tão no fundo assim...
Eu ainda, ainda te amo.
E das janelas que se abrem na minha vida
Nenhuma a luz atravessou muito além das cortinas.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Ilhada
Eu não posso mais te dizer onde estou
Pois já não me bastas mais
E eu também já não sei onde estás.
Quem sabe na verdade nunca me bastastes
E eu apenas estava perdida, na ilusão de uma ilha
Era só a ilusão de alguém ilhada...
E como eu poderia te encontrar se nem a mim encontrava?
Eu era apenas alguém com a alma ilhada,
Ilhada de ilusões.
Rédeas
Mais que nada.
Mais que tudo.
Copo meio cheio.
Copo meio vazio.
Falta metade de mim.
Estou metade completa.
É tudo questão de atitude e ponto de vista.
Ser o homem na carroça levada pelos bois ou os bois carregando a carroça?
Não importa, qualquer que seja, seja o que realmente guia.
Às vezes o homem na carroça na verdade é um burro.
Às vezes são os bois que guiam.
Às vezes não há boi, só uma carroça solta e uma estrada com várias subidas decidas e retas.
O que fazer?
Tome as rédeas.