sábado, 31 de maio de 2008

Cores

É difícil não se dizer o que se sente

Transparecer o sentimento no olhar, no momento.

E quando te vejo é sempre assim

Nada na verdade se desprendeu de mim.

Quanto te olho mesmo de longe tudo fica mais perto

Quando te vejo nos meus sonhos penso no que realmente és pra mim.

Se choro és a nuvem carregada? Só choro por dentro desejo céu aberto.

Se sorriu és o vento frio que vem do sul... Por um momento apenas, toda brisa.

Sorrio pela lembrança que tive, esperança que um dia tudo seria realmente bom.

O sorriso é tão real quanto o sonhar acordado, intenso e colorido.

E como num piscar de olhos as cores vão se distinguindo

O que era colorido nem sempre vira arco ires,

E de todas as cores às vezes o que te resta é um sorriso amarelado

E a fatal realidade que cores são ilusão o mundo real está preto no branco.

domingo, 18 de maio de 2008

Guia Pessoal (Setas)

Há várias setas apontando vários caminhos, certezas incertas.

E eu só estou certa que não seguirei nenhuma delas.

Se para trás não tem volta o passado não deve te prender

Para trás não tem volta só para frente que pode ser...

Há setas em todos os caminhos,

Assim também como há espinhos em todos eles,

Espinhos e espetos que furam a carne... O que te resta é fazer o churrasco.

Mas também há nuvens há céus e há passarinhos!

Basta-te escolher onde fazer teu ninho, como andar nas nuvens e sobretudo ter os pés no chão.

Para um dia poder voar é preciso antes de tudo aprender a andar.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Pontos Nulos

No meu quarto na madrugada

Já é quarta e eu ainda nem dormi.

Não que seja novidade eu acordada,

Não que seja errado, não que seja certo.

Não que seja, não que eu esteja realmente aqui.

Não que eu também não esteja presente.

Não que eu não saiba, não que eu saiba de verdade,

Na verdade nada sei e todos os nãos se anulam.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Mãe

Por vezes pareço ser insensível e não me importar

Transpareço ser aquilo que não quero mostrar

Se não choro com você saiba que meu coração se despedaça.

Pois quando nada posso fazer o que vai me adiantar chorar?

Pois quando nada posso fazer eu só posso rezar e pedir a Deus por você,

E se não sabes disso peço a Deus também por mim, pois não posso te perder.

Eu daria minha vida e não seria favor nenhum, posto que já me foi dada por você.

Eu faria tudo pra não ti ver sofrendo, ti ver como antigamente, feliz...

Lembranças tão amareladas que invadem meus pensamentos,

Meus desenhos, pinturas que eu sempre te presenteava,

E tudo que eu precisava pra ser feliz era um beijo um abraço e um sorriso teu.

E justo eu que muitas vezes não sei quem sou e nem como definir o amor

Tenho a única certeza que amo e sempre amarei você.

domingo, 11 de maio de 2008

Sobrevivência

Vivi pouco, até menos do que a idade que tenho,

Parei muitas vezes diante do desconhecido,

Travei onde devia desenrolar,

Me entreguei quando não devia amar.

Fui além de onde não devia se chegar

O além do retroceder, do voltar.

Muitas vezes parei no tempo, mas não pude o parar.

E eu caminhei, segui com passos inseguros e não soube achar...

Chorei, em tantos caminhos passei, e não te segurei.

Mas nada é em vão hoje eu sei...

Nada é engano também sou ser humano

Apesar de muito errar e achar que pouco vivi

Deve haver mais algum motivo por ainda estar aqui.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Minha exatidão

Eu procuro e muitas vezes não acho respostas

E é por isso que escrevo e ponho minha lógica à prova.

Entendo cada vez mais que não posso entender

Entendo cada vez mais que só posso escrever...

Só posso expandir esse momento.

Não posso lutar contra o que sou

E o que sou? Também não posso definir-me.

Mas não é necessário definição por que somos feitos de momentos,

Não é necessário definição, somos menos razão e mais sentimentos.

E por mais que busque respostas eu sempre estarei longe...

Longe do que vou ser, longe da exatidão que a minha rasa razão e profunda emoção buscam conhecer...

Sempre no raso nadando para o fundo...

Poeta das noites, bêbado, escrevendo no seu quarto escuro.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Démodé (fora de moda)

Não faço amigos por conveniência

Não mudo de amores com freqüência

Não procuro estar sempre na moda

Não espero que você me ache foda.

Não tenho uma lista de pretendentes

Não espero que você me ache atraente.

Não pus um pircing no umbigo,

Não tatuei o meu ouvido.

Não deixei de ser crente, muito menos coerente,

Não espero que você me ache foda eu sei bem, não estou nada na moda...

Eu não espero nada, nada de alguém, nada de você.

Eu espero mais, muito mais de mim.

Mais do que ser alguém que você gosta

Mais do que ser alguém foda que esteja sempre na moda,

Me desculpe esse meu jeito démodé...

Mas sou muito mais eu do que você.